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sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Panamá recebe empréstimo de US$ 300 mi para ampliação do Canal

O Banco Mundial aprovou empréstimo de US$ 300 milhões ao governo panamenho para ampliação do Canal do Panamá, em projeto que prevê a duplicação da capacidade do Canal e a construção de duas novas eclusas. A verba será aplicada, juntamente com outros US$ 5 bilhões, no intuito de criar um novo perfil e possibilitar o trânsito de embarcações de maior porte. Com a obra, navios pós-panamax, com até 49 metros de largura, poderão passar pelo Canal do Panamá. O objetivo, com isso, é dobrar a movimentação anual de cargas dos atuais 300 milhões de toneladas para 600 milhões em 2025, quando a modernização já deverá estar finalizada.
De acordo com documento divulgado pelo Banco Mundial, o motivo para o empréstimo está relacionado ao fortalecimento da competitividade internacional do Panamá com a obra, que também contribuirá para o comércio mundial e aumentará a disponibilidade de recursos públicos para alavancar o desenvolvimento econômico e social do País.

O montante de 300 milhões de dólares será emprestado por um prazo de 20 anos e está sendo proporcionado pela Corporação Financeira Internacional (IFC) - organismo do Banco Mundial - e será administrado pela Autoridade do Canal do Panamá, responsável pela administração, funcionamento e manutenção de toda a infra-estrutura local.

A ampliação do Canal acontece em momento de grande crescimento da utilização de contêineres no transporte marítimo, como lembra o vice-presidente de Pesquisa e Análise de Mercado da Autoridade do Canal do Panamá, Rodolfo Sabonge. Para ele, esse é um processo irreversível e os portos de todo o mundo devem se adequar a este novo modelo, no qual as embarcações ganharam maiores proporções.

O governo do país da América Central calcula que a obra duplique a capacidade do canal e permita a ligação mais rápida entre as economias da América Central e da América do Sul com os Estados Unidos, com a Ásia e com diversas nações européias. O próprio Panamá deverá se beneficiar, e muito, com os novos rumos logísticos internacionais, visto que, atualmente, o Canal já representa 12% do orçamento do País. A inauguração está prevista para o centenário do Canal, no dia 15 de agosto de 2014.

Brasil
Em reportagem publicada em outubro do último ano, PortoGente mostrou que especialistas do setor não acreditam que os portos brasileiros serão muito beneficiados com a ampliação do Canal. Manoel Reigada, encarregado de departamento da Cosco, uma das maiores armadoras do planeta, com movimentação freqüente em mais de 1.100 portos de 150 países, avaliou que os efeitos irão se limitar ao próprio Panamá. “Um fato é que lá, teremos menos tempo de espera de cargas, e aqui, os navios das armadoras não precisarão dar mais a volta para passar de um oceano para outro. Mas isso não vai refletir imediatamente em um maior fluxo de cargas em trânsito no Brasil”.

Já o coordenador de operações da armadora CMA CGM em Santos, Leonardo Sgueglia, demonstrou uma visão ligeiramente mais otimista do que seu colega, apostando em uma melhora na rotina dos portos localizados mais ao Norte do Brasil. “Os Estados Unidos irão se favorecer, pois o escoamento de cargas para os países do Oceano Pacífico será mais que facilitado, diminuindo o tempo da carga dentro da embarcação. Agora, sem dúvida, quem mais vai ser beneficiado é o Panamá. O movimento de navios vai ser muito grande lá”.

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