
A necessidade de dispor de forças anfíbias com capacidades múltiplas, parece estar a levar as marinhas mundiais à aquisição de navios logísticos ou do tipo LPD convencional, ou do tipo LHD com um maior convés para operações com maior numero de aeronaves de asa fixa.
O futuro dos navios logísticos, é cada vez mais influenciado por essa necessidade de demonstrar capacidade para projectar poder.
Os Estados Unidos deverão completar a classe de LPD’s «San Antonio» que deverão complementar os LHD’s mas na marinha daquele país, estão a ser discutidos novos conceitos que poderão levar o conceito de projecção marítima a novos níveis.
Juntamente com as actuais navios logísticos, que cada vez terão uma longevidade maior, os Estados Unidos estão a estudar a possibilidade de construir grandes bases flutuantes, que podem ser rebocadas para as proximidades de áreas em conflito. Essas bases, poderão servir de porto para navios de transporte do tipo RoRo (Roll on Roll off) que podem transportar os meios e equipamentos até relativamente perto da costa. Os navios de apoio logístico voltarão assim à sua função de navios de desembarque, podendo efectuar operações de desembarque e voltar para a sua base flutuante, voltar a carregar tropas e material e voltar rapidamente ao ponto fulcral de desembarque.
Com este tipo de equipamento, os Estados Unidos poderão aumentar a utilidade dos seus navios anfíbios, multiplicando a sua capacidade de desembarque, sem aumentar o numero de navios.
Outros países porém, não deverão dispor dos recursos quase ilimitados do orçamento norte-americano, e deverão voltar-se para dois tipos de navio.
Um tipo de navio mais pequeno, sem a existência de doca interiores, mas com capacidade para transportar veículos de combate e militares a grandes distâncias.
Estes navios poderão ser mais ou menos sofisticados, e tanto podem ser baseados em navios militares com menos armamento, algo parecido com o projecto dinamarquês «Absalon» ou o projecto alemão «MRV», como podem ser baseados em cascos civis, dado se tratar basicamente de Ferrie-boats de grandes dimensões que necessitam de protecção de outros navios quer contra ameaças submarinas ou aéreas.
Eles só poderão ser utilizados quando as costas onde vão operar estiverem minimamente seguras, e só podem desembarcar o seu conteúdo caso ele seja leve e possa ser transportado por helicóptero ou então, caso a operação já à partida implique a existência de um porto marítimo com as condições para receber o navio.
O outro tipo de navio logístico que deverá continuar a ser considerado no futuro serão os actuais LPD, mas acima de tudo os navios do tipo LHD de coberta corrida.
Este tipo de navio, facilmente confundível com um pequeno porta-aviões têm uma considerável vantagem relativamente aos LPD convencionais (ver página sobre LPD).
Vários países europeus, têm os seus projectos para construir navios deste tipo.
A Espanha deverá ter o seu BPE a flutuar na segunda década do século e a Itália tem planos para lançar à água um navio idêntico, embora presentemente as atenções da marinha italiana estejam viradas para o novo porta-aviões.
A Grã Bretanha, com um numero de LPD’s com características civis (Royal Auxiliary) voltará a sua atenção para a capacidade dos seus dois futuros super porta-aviões, que fazem parte de um projecto inicialmente produzido em cooperação com a França.
Estaleiros europeus que já construíram navios do tipo LPD, apresentam agora alternativas para navios que obedecem ao conceito do navio com coberta corrida, como é o caso dos estaleiros holandeses Royal Schelde, com o seu projecto conhecido como Enforcer.
Outro estaleiro europeu, vendeu uma derivação do seu projecto de LHD para a Austrália, trata-se da espanhola Navantia, que somará assim três navios do tipo construídos.
Conhecido como MRD (Multi Role Dock) ou Doca multi-utilizações, o projecto alemão propõe um navio com um deslocamento menor que os navios holandeses, espanhóis, franceses ou italianos, conseguindo ao mesmo tempo e pelo menos aparentemente apresentar uma solução integrada com várias soluções. Ele pode ser armado com sistemas de defesa anti-aérea composto por lançadores verticais, como se tornará cada vez mais comum neste tipo de navios, mas ao mesmo tempo está preparado para quase qualquer tipo de operação logística de desembarque ou apoio a populações civis.
Este conceito foi já oferecido à África do Sul, país que também demonstrou interesse em adquirir um navio logístico e terá sido oferecido a Portugal para responder aos quesitos da marinha portuguesa.
Apoio a populações civis
A utilização dos navios logísticos para o apoio de populações civis, é cada vez mais importante na opção das marinhas de guerra por este tipo de navios.Embora se trate de navios militares, equipados com armamento, eles são normalmente equipados com um hospital para um pequeno número de camas e podem ser utilizados para evacuação de civis de zonas em risco ou para apoio a populações civis em zonas sinistradas.
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